quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pensamento solto!

“Se o sentido mais próximo e imediato de nossa vida não é o sofrimento, nossa existência é o maior contra-senso do mundo. Pois constitui um absurdo supor que a dor infinita, originária da necessidade essencial à vida, de que o mundo está pleno, é sem sentido e puramente acidental. Nossa receptividade para a dor é quase infinita, aquela para o prazer possui limites estreitos. Embora toda a infelicidade individual apareça como exceção, a infelicidade em geral constitui a regra.” – Schopenhauer.

                Me digam vocês, nos quais eu não faço a menor idéia de quem sejam, se essa frase não é verdadeiramente linda. A tragicidade que nela contém, e o seu infinito conteúdo verdadeiro (no sentido de real) é muito profundo, é algo que me deixa em êxtase, facinada. Não são muitos os filósofos que admitem que o sofrimento constitui a existência. E de fato sde olharmos por esse lado essa afirmação foi uma excelente observação feita por Schopenhauer.
                Eu, como um ser que gosta do trágico adorei essa passagem, porque acredito que os maiores e mias significativos aprendizados do individuo decorrem, quando de alguma maneira, ele se encontra no sofrimento. Se você está na felicidade momentânea decorrente de alguma ação, você somente desfruta daquele momento como algo bom. Mas e quando estamos no trágico? Na dor? Que normalmente são estados que duram mais tempo em nossa vida? Acho que o ser humano não dá a devida importância a esses sentimentos, uma vez que a busca por uma felicidade falseada no atual século é bastante grande. Acabamos por vezes, camuflando nossos estados emocionais, ou sentimentais, pelo fato de não surpotá-los. Mas será que isso é saudável mesmo? Será que viver o trágico é tão ruim assim?
                Não. O sofrimento te proporciona a proximidade de si mesmo. Normalmente essas situações são mais individuais do que qualquer outra, onde a sua atenção é de suma importância. Mas, sempre damos um jeito de fugir dele. Não sei. Falta mais autênticidade no indivíduo, porque por vezes o que consigo ver são pessoas que negam constantimente a si mesmas para seguir o padrão bonitinho idealizado por uma outra pessoa, um Estado, uma Religião, qualquer coisa que a tire do processo de se auto-constituir a partir de seus próprios pensamentos.
                Enfim, só comentando claro, não sei nem porque resolvi escrever isso, mas deixo aqui.

2 comentários:

  1. Eu gosto muito dessa visão. Finalmente uma leitura filosofica diferenciada do mundo, onde a felicidade e a razão deixa de ser o ápce, onde o sofrimento é trabalhado com destaque e como parte constituinte do ser e do mundo. "Não vejo absurdidade maior que a da maioria dos sistemas metáfisicos que declaram o mal como alho negativo". Deve ser por isso que gosto do Shopenhauer e do Nietzsche, a capacidade de levar suas analises e seus sentimentos com profundidade, eles são viserais em sua filosofia, mostrando a "imperfeição" de forma perfeita e necessaria e afirmando o seu Eu de forma sublime, essa trasparência e complexibilidade da existencia se torna evidente quando eles levam isso no âmbito da arte, ai esse sofrimento, ou, vida, é levado a um outro patamar, seja como fuga , ou, como afirmação da dor do mundo e do Ser. Gabi "Curti" kkk

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  2. Não é lindo? Tipo sei lá, parece para mim que a filosofia deles é totalmente positiva, positiva no sentido da vida, do ser, do devir, etc. A única diferença é que eles partem desse trágico que sempre foi menosprezado ao longo da existência humana. Eu sempre me pergunto quem disse que do sofrimento não se pode tirar o belo? Quem disse que não posso ter felicidade na dor? Sabe essas coisas de fato me fascinam, me deixam alegre, pois penso que se pararmos de esconder esses sentimentos e tirássemos esse sorrisinho falso do rosto as coisas teriam mais originalidade, claro que não digo que devemos o tempo todo viver no sombrio, mas sim valida-lo com suas características positivas.

    Enfim rsrsrsrs Curti seu comentário =P

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